sábado, 25 de setembro de 2010

Dê o seu recado

Nem sempre quando queremos comunicar algo, alcançamos o sucesso nesta empreitada. Se esta comunicação for em público então, o corpo gela, a voz seca, o coração dispara e o conteúdo que temos para colocar pode perder credibilidade.
Para quem tem isto como uma das suas atvidades cotidianas ou até mesmo para quem deseja se aprimorar, algumas dicas podem ajudar.
- A forma como falamos influencia o conteúdo confira neste link a fonoaudióloga Leny Kyrillos dando exemplos práticos da forma como pronunciamos uma frase e a melhor utilização das nossas ferramentas físicas de comunicação.
- Estude quais as necesidades da sua platéia, se o conteúdo que você irá abordar for do interesse do seu público, as chances de cativá-lo são ainda maiores.
- Seja objetivo, o seu tempo é curto assim como o do seu público.
- Pratique seu discurso. E esta na minha opinão é a dica que mais ajuda, não tem jeito, o negócio é praticar, quanto mais você estiver familiarizado com a situação mais fácil será para você. Exponha-se quando tiver oportunidade, procure ter iniciativa, respire fundo e faça a sua colocação.
- Esteja atento em sua expressão corporal, e sobre este tema existe muita literatura, eu recomendaria dois livros: O corpo fala e Desvendando os segredos da linguagem corporal. Como dica, coloque atenção em todas as suas atitudes, preste atenção na sua postura, nos seu gestos, nos seu modo de falar. Facilita muito filmar a si mesmo e fazer uma análise crítica.
- Coloque emoção em suas palavras, varie o tom de voz, itensifique ou amenize de acordo com o seu objetivo.
- Vista-se de maneira apropriada, quando você está falando para ma platéia você deve evitar ao máximo os elementos que desviam a atenção do que você está colocando. Uma roupa ou acessórios podem chamar mais atenção do seu público do que o que você tem a dizer.
 - Faça uma análise da platéia, enquanto estiver fazendo suas colocações observe as reações, o público está interessado? eles estão discordando de você? Estão dispersos? De acordo com as reações, adapte o seu discurso.
- Lembretes e ppts, as anotações e tópicos são muito válidas quando tem a função de lembrar, nunca faça uma apresentação apenas lendo, o público ao notar isso, pode pensar: "Eu vim até aqui para ver alguém ler? Eu sou capaz de ler melhor e mais rápido o que ele está lendo."
- Apresentações, já falei de Guy Kawasaki aqui, mas nunca me esqueço da regra 10/20/30 muito simples e muito útil. 10 é o número de slides que sua apresentação deve ter, não adianta encher a apresentação de conteúdo, é melhor colocar um  número menor de informações mas que tenham mais utilidade. 20 minutos é o tempo que deve durar a sua apresentação, mais  que isso já é capaz de dispersar o público e o sono pode bater em alguns. 30 é o tamanho da fonte que você deve utilizar, algumas pessoas costumam utilizar fonte 10 em suas apresentações, o resultado? a segunda fileira já não enxerga nada e o apresentador corre mais risco de ficar lendo, quando mais sintética for a sua apresentação, mais você terá que conhece-la bem.
- Prepare-se para o improvável, tente imaginar quais dúvidas podem surgir e esteja pronto para responder as perguntas, tenha um plano b caso o computador não funcione, o microfone esteja ruim ou o tempo reservado para a sua apresentação seja reduzido ou aumentado na última hora.
- Treine o final, fuja do lugar comum "agradecemos a presença", o final é provavelmente a parte mais difícil da apresentação, mas se você conseguir surpreender as pessoas, fará com que a sua apresentação fique marcada. Uma técnica simples é resumir a sua apresentação em 2 ou 3 pontos que justifiquem como por exemplo: "...finalizando, podemos afirmar que o projeto é viável em razão do argumento A, B e C...".  Porém, não fique apenas com esse tipo de final. Compre alguns livros e estude as diversas finalizações que podem ser úteis para você.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Tipos Psicológicos

Boa noite!

Hoje assisti uma palestra sobre equipes que tinha como base tipos psicológicos, por isto fui buscar maiores explicações sobre o tema, seguem alguns vídeos para quem se interessar:







terça-feira, 17 de agosto de 2010

40 discursos inspiradores em 2 min

Encontrei este vídeo muito bacana com 40 discursos inspiradores, como o vídeo está em inglês, tentei traduzir para vocês (está logo abaixo do vídeo):



Segue a tradução desse discurso:

Nós vamos lutar?
Não, nós vamos correr e viver.
Tenho vergonha de vocês.
Esta poderia ser a melhor noite de nossas vidas. Mas estão fazendo com que seja a pior.
Eu te garanto que não vão passar uma só semana de suas vidas que não se arrependam de terem ido embora deixando que levem o melhor de vocês.
Bem, eu não vou para casa.
Chegamos tão longe!
Eu vou ficar aqui mesmo e lutar por esta causa perdida.
Chegará o dia em que a coragem dos homens irá falhar, mas este dia não é hoje.
A linha deve ser marcada aqui, até aqui, não além.
Não estou dizendo que vai ser fácil.
Vão trabalhar mais duro do que jamais fizeram.
Mas está bem, nós ficaremos mais fortes com isso!
Se uma pessoa aperta os dentes fortemente e mostra a real determinação.
O Fracasso não é uma opção.
É assim que se faz.
Acredite quando te digo.
Que podemos destruir este exército.
E ganhar só uma para o Gipper.
Mas te digo o que todo guereiro sabe desde o começo dos tempos.
Você tem que ficar louco!
Me refiro a um louco cão raivoso.
Se pretendem ser homens livres então tem que lutar para cumprir essa promessa.
Cortemos suas entranhas.
Um pouco por vez.
E eles vão saber que nós podemos fazer.
(Grito do grupo concordando)
Que nenhum homem se esqueça do que somos. Somos leões?
É como um grande urso, homem!
Essa é a sua vez!
Aproveitem o dia, nunca se rendam. Vitória ou morte!
Esse é o jeito de Chicago.
Quem está comigo?
Aplaudam, Aplaudam! Não deixem que os sinos morram.
Muito bem!
Vamos voar!
E todos os cavalheiros na inglaterra agora sabem que  meu nome é o senhor, quando eu disser aos nossos inimigos que podem tirar nossas vidas mas jamais  irão tirar o nosso dia da independência.
(Palmas e Vitória)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Entusiasmo

Essa palavra anda muito junto de mim nesses dias. Então encontrei algumas coisas:


Um vídeo de um palestrante de que eu gosto muito, o Prof. Marins, ele dá 10 dicas de como viver com entusiasmo:


Ele tem vários outros vídeos, pra quem se interessar, vale a pena.

Existem muitos artigos na internet sobre o assunto, achei um bem interessante:


“É necessário que o mundo, depois de ti, seja algo melhor, porque tu viveste nele” (Stanley)
A palavra entusiasmo nasceu na Grécia antiga e significa “ter deus dentro de si”; ser entusiasmado é, pois, como ser inspirado por Deus. Os gregos eram politeístas. A pessoa que era possuída por um dos deuses era entusiasmada e, em função disso, poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Por exemplo, se você fosse entusiasmado por Ceres (deusa da agricultura) poderia fazer acontecer uma ótima colheita e assim por diante. Os gregos acreditavam que somente as pessoas entusiasmadas seriam capazes de vencer os desafios do dia-a-dia.
Entusiasmo é diferente de otimismo. Otimismo significa acreditar que alguma coisa vai dar certo, até torcer para que dê certo. Algumas pessoas confundem otimismo com entusiasmo. A pessoa entusiasmada acredita na sua capacidade de transformar as coisas, de fazer dar certo, acredita em si mesma e nas outras. Acredita na força que as pessoas têm de transformar o mundo e a própria realidade.
A melhor maneira de ser entusiasmado é agir entusiasticamente. Se formos esperar ter as condições ideais primeiro, jamais nos entusiasmaremos com coisa alguma, pois nunca teremos razões para tanto.
  • Domine o comodismo.
  • Faça uma relação das coisas que você precisa vencer.
  • Viver é constantemente começar.
  • Organize as idéias na cabeça, para administrar bem o seu tempo.
  • Preste mais atenção (atenção controlada, no instante presente).
  • Aprenda com os insucessos.
  • Forme um grupo, tenha amigos, discuta seus pontos de vista.
  • Procure inovar (ter visão criativa).
  • Evite copiar.
  • Arrisque, para conseguir algo novo.
  • Seja entusiasmado com a vida.
  • Acredite na sua capacidade de transformar a realidade.
  • Não espere saber tudo para agir. A própria ação desenvolve o saber.
  • Passe do plano das lamentações para o plano da ação.
Não é o sucesso que traz o entusiasmo, mas é este que traz o sucesso. Existem pessoas que ficam esperando as condições melhorarem, a vida melhorar, para depois se entusiasmarem. Não sabem que o entusiasmo permanente é que traz a nova visão da vida.
Tome a iniciativa. Não espere muito. Arrisque a saída heróica. Assuma. Não se omita. Decida. Faça. Mesmo errando. Só não erra quem não faz. É preciso caminhar. Quem não quer enfrentar riscos talvez não tenha o direito de viver!
Não espere a oportunidade chegar, vá atrás! Os gregos diziam que a oportunidade tem cabelo só na frente e é careca atrás. Quem não pegar pela frente nunca mais pegará por trás.
Fonte: http://www.artigonal.com/carreira-artigos/entendendo-um-pouco-sobre-entusiasmo-1063979.html

A arte do começo - Guy Kawasaki

E nessa onda Apple, encontrei um homem chamado Guy Kawasaki, falando sobre empreendedorismo e técnicas de apresentação.
Vale a pena ver todos os 39 minutos.



Ele tem um livro, "A Arte do começo", para quem se interessar, é só encomendar na Fnac.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Pode ser sobre mim, sobre você, sobre todos.

Mais um blog, só aqui no blogspot tenho mais de 3 blogs, cada um com um fim distinto.
Este reflete uma escolha, um caminho. Fala de pessoas, de seres humanos, de relações.
Relações dos seres humanos com o trabalho, com os amigos, com a vida, com as outras pessoas.
Para inaugurar este blog escolhi um discurso do Steve Jobs, chamado "Connecting the dots". Nesses vídeos Jobs fala como 3 situações aparentemente ruins ou sem importancia fizeram com que ele se tornasse o homem que é hoje.



http://www.youtube.com/watch?v=yplX3pYWlPo




http://www.youtube.com/watch?v=ksoo-G_YB2o

É uma honra estar com vocês hoje nessa formatura de uma das mais excelentes universidades do mundo. Eu nunca me formei na faculdade. Na verdade, esta é a ocasião em que cheguei mais perto de uma formatura de faculdade. Gostaria de contar pra vocês três histórias da minha vida. É isso. Não é grande coisa. Só três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Deixei o Reed College depois dos primeiros 6 meses, mas fiquei por lá como ouvinte por outros 18 meses, mais ou menos, antes de realmente ir embora. Então por que eu saí?

Começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem e solteira estudante de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela achava que eu devia ser adotado por pessoascom curso superior, então tudo estava preparado pra que quando eu nascesse fosse adotado por um advogado e sua esposa. Só que quando eu apareci, eles decidiram no último minuto que na verdade queriam uma garota. Então meus pais adotivos, que estavam numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: "Nós temosum garoto 'imprevisto'; vocês o querem?" Eles disseram: "É claro!" Minha mãe biológica mais tarde descobriu que minha mãe adotiva nunca se formou na faculdade e que meu pai adotivo nunca se formou no colégio (ensino médio). Ela se recusou a assinar os papéis finais de adoção. Só cedeu alguns meses depois, quando meus pais adotivos prometeram que um dia eu iria para a faculdade.

E 17 anos depois eu fui para a faculdade. Mas ingenuamente escolhi uma faculdade quase tão cara quanto Stanford, e todas as economias dos meus pais de classe operária estavam sendo gastas na minha educação superior. Depois de seis meses, eu não podia ver qualquer valor naquilo. Não tinha idéia do que queria fazer com minha vida e não via como a faculdade poderia me ajudar a descobrir. E lá estava eu gastando todo o dinheiro que meus pais economizaram durante sua vida inteira. Então decidi sair e confiar que tudo ia acabar dando certo. Era bem assustador naquela época, mas hoje, em retrospecto, vejo que foi uma das melhores decisões que já tomei. Assim que eu saí pude parar de assistir as aulas obrigatórias, que não me interessavam, e comecei a assistir as que me pareciam interessantes.

Nem tudo foi tão romântico. Eu não tinha um dormitório, então dormia no chão do quarto dos amigos; devolvia garrafas de coca-cola aos depósitos por 5 centavos pra poder comprar comida; e andava 7 milhas (11,2 km) através da cidade toda noite de domingo, para conseguir uma boa refeição semanal no templo Hare Krishna. Eu adorava aquilo. E muito do que encontrei seguindo minha curiosidade e minha intuição se mostrou de valor incalculável mais tarde. Deixe-me dar um exemplo:

O Reed College naquele tempo oferecia provávelmente a melhor instrução sobre caligrafia no país. Por todo o campus, cada pôster, cada etiqueta em cada gaveta, apresentava uma bela caligrafia manual. Por ter saído da faculdade e não ter que assistir as aulas normais, decidi tomar aulas de caligrafia para aprender a fazer aquilo. Aprendi sobre caracteres com e sem serifa, sobre a variação do espaço entre diferentes combinações de letras, enfim, como fazer tipografia de alta qualidade. Era bonita, histórica, artísticamente sutil, de uma maneira que a ciência não pode capturar, e achei aquilo fascinante.

Nada disso tinha sequer um lampejo de aplicação prática na minha vida. Mas dez anos depois, quando estávamos projetando o primeiro computador Macintosh, tudo aquilo se mostrou útil. E colocamos esses conceitos no Mac. Foi o primeiro computador com uma tipografia bonita. Se eu nunca tivesse entrado naquele curso da faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letra ou fontes proporcionalmente espaçadas. E como o Windows só copiou o Mac, provávelmente nenhum computador pessoal teria. Se eu nunca tivesse deixado a faculdade, não teria entrado na aula de caligrafia, e os computadores pessoais provávelmente não teriam a maravilhosa tipografia que têm. Claro que era impossível conectar os pontos olhando em frente quando eu estava na faculdade. Mas ficou muito, muito claro olhando pra trás dez anos depois.

De novo: você não pode conectar os pontos olhando em frene; só pode conectá-los olhando para trás. Então tem que confiar que os pontos de alguma forma irão se conectar no futuro. Tem que confiar em algo - seu instinto, destino, vida, karma, seja o que for. Essa idéia sempre me sustentou, e fez grande diferença na minha vida.

Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte - encontrei o que eu gostava de fazer cedo na vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais, quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro, e em 10 anos a Apple cresceu de apenas nós dois numa garagem, até uma companhia de 2 bilhões de dólares com mais de 4.000 empregados. Tínhamos acabado de lançar nossa maior criação - o Macintosh - um ano antes, e eu estava com apenas 30 anos. E então fui demitido. Como você pode ser demitido de uma empresa que você começou? Bem, à medida que a Apple cresceu, contratamos alguém que eu achava muito talentoso, para levar a empresa comigo, e durante o primeiro ano tudo correu bem. Mas então nossas visões sobre o futuro começaram a divergir, e eventualmente tivemos uma briga. Quando isso aconteceu, nosso Conselho de Administração ficou do lado dele. Então, aos 30 anos, eu fui mandado embora. E de forma totalmente pública! Perdi tudo que tinha sido o foco da minha vida adulta, e isso foi arrasador.

Eu realmente fiquei sem saber o que fazer por alguns meses. Achava que tinha decepcionado toda a geração anterior de empreendedores - que eu havia deixado cair o bastão quando estava sendo passado a mim. Encontrei David Packard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter trabalhado tão mal. Eu era uma derrota pública, e até pensei em fugir do Vale (do silício). Mas algo começou a surgir lentamente em mim - eu ainda adorava o que eu fazia. Os acontecimentos na Apple não tinham mudado isso nem um pouco. Havia sido rejeitado, mas ainda estava apaixonado. Então decidi recomeçar.

Não pude perceber na hora, mas o fato de ser demitido da Apple foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. O peso de ser bem sucedido foi trocado pela leveza de ser um iniciante de novo, menos convicto sobre as coisas. Isso me liberou para entrar num dos períodos mais criativos da minha vida.

Nos cinco anos seguintes, iniciei uma empresa chamada NeXT, outra chamada Pixar, e me apaixonei por uma magnífica mulher que se tornaria minha esposa. A Pixar criou o primeiro filme do mundo animado por computador, Toy Story, e hoje é o mais bem sucedido estúdio de animação do mundo. Numa memorável seqüência de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu retornei à Apple, e a tecnologia que nós desenvolvemos na NeXT está no coração da atual ressurreição da Apple. E Laurence e eu temos uma maravilhosa família juntos.

Tenho toda a certeza de que nada disso teria acontecido se eu não fosse demitido da Apple. Foi um remédio amargo, mas acho que o paciente precisava dele. Às vezes a vida bate na sua cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me manteve em ação foi o fato de que eu adorava o que fazia. Você tem que descobrir o que ama. E isso é tão verdadeiro para o seu trabalho quanto é para seu companheiro. Seu trabalho vai ocupar uma grande parte da sua vida, e o único jeito de ficar verdadeiramente satisfeito é fazê-lo bem. E o único jeito de fazer um bom trabalho é amar o que você faz. Se ainda não achou, continue procurando. Não fique sentado. Acredite, você vai saber quando encontrar. E, como qualquer grande relacionamento, vai melhorando cada vez à medida que os anos vão passando. Então continue procurando até achar. Não fique sentado.

Minha terceira história é sobre a morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma citação mais ou menos assim: "Se você viver cada dia como se fosse o último, algum dia provávelmente vai acertar". Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, tenho olhado no espelho cada manhã e perguntado a mim mesmo: "Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu iria querer fazer o que eu vou fazer hoje?" E sempre que a resposta foi "Não" por vários dias seguidos, eu soube que eu tinha que mudar alguma coisa.

Lembrar que logo vou estar morto é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer grandes decisões na vida. Porque quase tudo -toda a expectativa exterior, todo o orgulho, todo o medo de dificuldades ou fracassos - estas coisas simplesmente somem em face da morte, deixando apenas o que é realmente importante. Lembrar que vai morrer é a melhor maneira que conheço para evitar a armadilha de achar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir sua alma.

Mais ou menos há um ano atrás recebi um diagnóstico de câncer. Fiz um exame às 7:30 da manhã, que mostrou claramente um tumor no meu pâncreas. E eu nem sabia o que era um pâncreas! Os médicos me disseram que era quase com certeza um tipo incurável de câncer, e que eu não devia esperar viver mais do que de três a seis meses. Meu médico me aconselhou a ir pra casa e botar meus negócios em ordem, o que no idioma dos médicos significa: prepare-se para morrer. Significa tentar dizer aos seus filhos tudo o que você pensou que diria durante os próximos 10, em apenas uns poucos meses. Significa ter certeza que tudo está organizado para para sua família. Significa dizer adeus.

Fiquei com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, naquela noite fiz uma biópsia, em que enfiaram um endoscópio na minha garganta, através do meu estômago e dentro dos meus intestinos, colocaram uma agulha no meu pâncreas e pegaram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha esposa, que estava lá, me disse que quando viram as células no microscópio os médicos começaram a chorar porque descobriram que era uma forma muito rara de câncer pancreático que é curável através de cirurgia. Fiz a cirurgia e hoje eu estou bem.

Esta foi a ocasião em que cheguei mais perto de encarar a morte, e espero que seja o mais perto que eu chegue por algumas décadas mais. Tendo sobrevivido, hoje posso dizer a vocês com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito útil mas puramente intelectual:

Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o Céu não querem morrer para chegar lá. E mesmo assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém jamais escapou a ela. E é como deveria ser, porque a Morte é muito provávelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da Vida. Ela tira o velho do caminho pra dar espaço para o novo. Por enquanto, o novo são vocês, mas algum dia não muito distante, gradualmente irão se tornar os velhos e sair do caminho. Me desculpem por ser tão dramático, mas é a pura verdade.

Seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de outra pessoa. Não caia na armadilha do dogma - que é viver com os resultados dos pensamentos de outra pessoa. Não deixe o ruído da opinião alheia sufocar sua voz interior. E mais importante de tudo, tenha a coragem de seguir seu coração e sua intuição. Eles de alguma forma já sabem o que você realmente quer se tornar. Tudo o mais é secundário.

Quando eu era jovem, havia uma maravilhosa publicação chamada "The Whole Earth Catalog" (O Catálogo de Toda a Terra), que era uma das bíblias da minha geração. Foi criada por um camarada chamado Stewart Brand não muito longe daqui, em Menlo Park, e ele deu vida à publicação com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores pessoais e da editoração eletrônica. Tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras polaróide. Era como o Google em formato brochura, 35 anos antes do Google aparecer: era idealista, e com abundância de recursos elegantes e idéias brilhantes.

Stewart e  sua equipe publicaram várias edições do "The Whole Earth Catalog", e então quando sua missão estava cumprida, eles publicaram uma edição final. Era meados dos anos 70, e eu tinha a idade de vocês. Na contracapa da edição final havia uma fotografia do amanhecer em uma estradinha de terra, do tipo em que você poderia ficar pegando carona, se você fosse um mochileiro. Embaixo dela estavam as palavras: "Stay Hungry. Stay Foolish."(Continue Faminto. Continue Louco).  Era a mensagem de despedida deles ao sair do ar. Stay Hungry. Stay Foolish. E eu tenho sempre desejado isso pra mim mesmo. E agora, ao vocês se formarem para começar outra vez, desejo isto a vocês.

"Stay Hungry. Stay Foolish."

Muito obrigado a todos vocês.

(Steve Jobs)